A ilha

Rauterberg, Hanno
Literatura
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<p> Evocando o sagrado, a Ilha &eacute; o templo da santifica&ccedil;&atilde;o, o lugar dos eleitos e do sil&ecirc;ncio (na &aacute;gua do mar meu rosto n&atilde;o se afoga), ref&uacute;gio onde o inconsciente se abriga para escapar do ass&eacute;dio instigante do consciente. A constru&ccedil;&atilde;o l&iacute;rica dessa Ilha se faz em tr&ecirc;s momentos: primeiro, sua g&ecirc;nesis, onde o sopro do poeta/criador paira sobre as &aacute;guas: Invento a Ilha azul no mapa de meu rosto. O segundo momento &eacute; quando se d&aacute; o confronto entre o ser e as for&ccedil;as m&iacute;sticas da terra e da &aacute;gua que comp&otilde;em a Ilha: Golfos e rosas/ areia e &aacute;gua/ onde naufrago. E, finalmente, o momento do apaziguamento, quando, vencidas as for&ccedil;as antag&ocirc;nicas, Ilha e N&aacute;ufrago se confundem num desejo m&uacute;tuo de serem terra e &aacute;gua, sol e lua ou flora e fauna. Conclu&iacute;do assim o seu itiner&aacute;rio, pode o eu-po&eacute;tico afirmar: Os peixes no meu corpo permanecem/ e em escamas de peixe me converto.</p>

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